Fechar o Ciclo

Fast Fashion

Um dos sectores que tem maior impacte e que está diretamente ligado ao consumo privado é o sector da MODA.

• A roupa e os têxteis são parte do dia-a-dia das pessoas por todo o globo. Segundo a Fundação Ellen MacArthur, a quantidade de roupas que produzimos anualmente duplicou nos últimos 15 anos. Em simultâneo, diminuiu para metade a quantidade de vezes que vestimos cada peça de roupa antes de a deitar fora. Ao fenómeno de consumo de um elevado número de peças de roupa com uma utilização reduzida chama-se Fast Fashion.

• Também os padrões de produção se alteraram, as empresas passaram de uma produção de 2-4 coleções por ano para a apresentação de uma coleção por semana. Aumentando desta forma as necessidades de compra dos consumidores.

• Em 2017 os europeus compraram 6,4 milhões de toneladas de roupas novas, o equivalente a cerca de 13 kg por pessoa. A Agência Europeia da Ambiente estima que entre 1996 e 2012, a quantidade de roupas compradas por pessoa na UE tenha aumentado 40%.

Porque é que este sector é um problema?

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Consumo de recursos naturais

A indústria têxtil é responsável pelo consumo de 93 mil milhões de metros cúbicos de água por ano, principalmente na produção das suas matérias primas. Para além do consumo de água, as indústrias têxteis poluem a água já que os resíduos, carregados de químicos tóxicos, dos processos de tingimento e tratamento são despejadas em lagos, rios ou ribeiros.


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Emissões de carbono

Segundo a fundação Ellen MacArthur, as indústrias têxteis usam, na maioria, matérias-primas não renováveis para produzir fibras sintéticas, produtos químicos para as suas tintas e fertilizantes na produção de algodão. Todo o processo de produção e distribuição é altamente poluente. A continuidade da indústria têxtil neste esquema linear, decorrente da Fast Fashion, resultará em consequências devastadoras, podendo ser responsável por 26% das emissões de carbono globais até 2050.


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Produção de resíduos

As emissões de carbono não são o único problema da indústria têxtil, em 2017, a Agência Portuguesa do Ambiente estimou que os portugueses deitam fora 200 mil toneladas de roupa todos os anos, que são enviadas para aterro ou incineradas. Apenas 20% das roupas são recolhidos para reutilização ou reciclagem. Menos de 1% de todos os materiais utilizados no fabrico da roupa são reciclados para fazer novas peças de roupa.


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Problemas Sociais

Do ponto de vista social, os efeitos do Fast Fashion refletem-se na contratação de trabalhadores mal remunerados que são explorados para cumprir os prazos de entrega. Para além dos efeitos negativos na saúde dos trabalhadores devido ao stress e pressão, estes correm também riscos de saúde, pela exposição aos químicos utilizados nas cadeias de produção.

Como podemos contribuir para diminuir o nosso impacte relacionado com este sector?

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A solução mais simples: comprar menos peças de roupa

A primeira medida que devemos implementar para fechar o ciclo do nosso guarda-roupa é deixar de apoiar a Fast Fashion, comprar apenas aquilo que realmente precisamos, dando prioridade aos produtos de qualidade.


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Seja seletivo com as marcas que compra

Procure peças de roupa cujas marcas comuniquem métodos de produção mais sustentáveis e ecológicos.


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Dê prioridade às marcas locais e nacionais

Com culturas de produção limitada e por encomendas, já que estes sistemas de produção tendem a evitar mais o desperdício do material.


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Não deite roupa fora.

Sempre que possível, devemos arranjar e remendar as peças de roupa para as podermos continuar a utilizar durante muito mais tempo. No caso da roupa já não servir, podemos doá-la.


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Apoie mercados de roupa em segunda mão

Os mercados de segunda mão permitem que as peças de roupa tenham mais tempo de vida útil e sejam utilizadas mais vezes.